30 de setembro de 2009

O Amor é Solúvel na Água



Sinopse

À luz da ciência, dizem que o amor activa no cérebro uma série de hormonas responsáveis pela produção e transmissão de excitação nervosa. A esse neurotransmissor chama-se DOPAMINA. Intensa energia, regozijo, pupilas dilatas, pele arrepiada, seios arrebitados, são nada mais, nada menos, que reacções que se manifestam em resposta a estímulos de um emissor.
Num local atípico, uma taberna, três conhecidos: um taberneiro e dois clientes, desconversam sobre o sentimento. Um, António, sofre. O outro, Luís, tem fome. Teixeira, o taberneiro, de audição apurada, entre a cabecinha de borrego assada e dois dedos de conversa, lá vai metendo o bedelho onde não é chamado, assim como, vendendo o que tem de melhor: uma aguardente caseira que faz sentir a quem bebe, que a aldeia das tabuletas já esteve mais longe.
enquanto um constrói tristezas, o outro abate certezas. Um alicerça-se na dor da ausência, o outro já não tem paciência. Um diz, o outro desdiz. Um está assim, o ooutro preferia um assado. Um ainda quer da mesma solução, o outro diz que é beber da mesma infusão.
Se calhar, se do amor se fabricasse chá, de dopamina, está claro, a dor digeria-se com outra disposição. Sem abusar, numa chavema de água bem aquecida, misturar duas ou três colherinhas até a emoção se encontrar completamente dissolvida, depois é tomá-lo sem precipitações de qualquer espécie, em pequenos goles, caso contrário as queimadelas voltarão a abrir cicatriz.

Teixeira, o taberneiro, diz que não... Diz que o amor cegou porque a loucura nunca o abandonou.

Ficha Técnica

Texto Jorge Serafim
Encenação Colectiva
Interpretação António Revez, António Caturra, João Cataluna e Jorge Serafim

 
 

Uma produção Lendias d'Encantar, 2007

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