Sinopse
Uma panela de pressão soa na sua máxima potência. Uns feijões vermelhos foram postos nessa panela há cem anos atrás e não há maneira de amaciarem.
Frederico: débil e submmisso, inseguro e medroso.
Matilde: enérgica, resolutaa e firme, jogam às identidades ambíguas, parecem ser irmãos e resulta que são marido e mulher, mas chegarão a transfigurar-se em mãe e filho, professora e aluno, representações de vários papéis no meio do medo em que sobrevivem, onde o mundo lá fora ou simplesmente o amanhã pressagiam desgraças. E até se faz alusão a um ciclone, esse fenómeno atmosférico muito presente no Caribe, que muitas vezes, à sua passagem, arrasa com a estabilidade das ilhas e suas gentes. Esse ciclone taambém pode ser o permanente desequilíbrio em que vivemos no mundo de hoje.
As personagens insultam-se com desastres culinários (à maneira cubana) "Un macho carmelita en médio del arroz", "un plato de yuca fria, sin mojo, a las once de la noche", "unos frijoles aguados, sin sal, ni ají, ni cebolla, ni... cucharadita de azzucar al final", ou se elogiam com deliciosas sobremesas: "eres un pozuelito de coco ralado com queso" e "trocitos de fruta bomba el almibar".
Uma suposta ratazana habita o andar de cima, ou dentro das suas cabeças, quem sabe. Pode até ser necessária a guerra como resposta à insistente situação de ameaça. Armados de utensílios domésticos, como um exercício disparatado, apressam-se a defender o seu único bem: a panela de feijões de vermelhos, que no clímax do delírio se transformam em munições por serem feijões muito duros e não se poderem comer.
Frijoles Colorados é uma comédia apetecível onde o teatro e as situações do absurdo fazem gala durante 70 minutos de espectáculo.
Ficha Técnica
Encenação Júlio César Ramirez
Actores Deisy Sanchez, Yakelin Yera e António Revez
Desenho de Luz Ivan Castro e Júlio César Ramirez
Uma Co-Produção Lendias d'Encantar e D'Dos (Cuba), 2005
Sem comentários:
Enviar um comentário